Saiba o que muda quando o aprendizado passa pelas mãos a partir de experiências prepare-se para imaginar, conectar, apertar, errar e construir
No começo da trajetória escolar, cada dia abre a possibilidade de uma nova descoberta. Você deve se lembrar das brincadeiras com blocos ou massinha de modelar que davam origem a prédios ou bonecos nem tão bonitos e alinhados, mas que eram símbolo de uma conquista pessoal. Naquela fase, o aprendizado obrigatoriamente passava pelas mãos.
A experiência mão na massa, tão prazerosa e lúdica, perde espaço para a transmissão de conteúdo à medida que a primeira etapa de ensino é superada, e provavelmente suas principais lembranças da escola são de aulas teóricas, seguidas de provas, que muitas vezes pareciam desconectadas da realidade. Uma das principais tendências na educação hoje, que procura tornar o aprendizado mais significativo para os alunos, propõe um retorno ao fazer, esquecido no jardim da infância. Em escolas do mundo inteiro, ganha força um movimento que valoriza a prática e a experimentação.
Para investigar a fundo o que é e como acontece a educação mão na massa, também chamada de educação maker, ou hands-on, decidiu-se testar um novo processo de produzir conteúdo. Na ocasião, surgiram convergências e divergências sobre o que é uma educação mão na massa: “Experimentação é uma metodologia ou um processo?”, “Desenvolve conhecimentos ou habilidades?”, “A prática deve estimular ou desafiar os alunos?”, e por aí vai.
Foi consenso entre os presentes que as atividades práticas devem envolver trabalho coletivo, estimular criatividade e desenvolver empatia, além de obedecer a princípios que estimulam a autonomia e o potencial inventivo, colocando o aluno no centro de seu processo de aprendizado.
Por outro lado, as opiniões se dividiram entre a obrigatoriedade ou não de os alunos desenvolverem um produto concreto e relacionado com o mundo real. Ficou claro, no entanto, que para garantir o aprendizado, não deve-se olhar apenas para o produto, mas para todo o processo, como explica o professor brasileiro da Universidade de Stanford Paulo Blikstein:
Uma das coisas mais importantes da educação mão na massa é fazer com que o professor preste mais atenção no processo do que no produto, o que é mudança de paradigma muito grande em relação à educação tradicional, que olha para a prova, que é o produto.