A velocidade das informações na Internet e o acesso irrestrito de crianças e adolescentes a conteúdos, tantas vezes, impróprios — para a idade e a formação socioemocional — têm sido pauta de discussões nas reuniões pedagógicas em todas as escolas brasileiras. Preocupados com o alto índice de criminalidade virtual e com a segurança das crianças, os professores estudam ações preventivas que permitam identificar se seus alunos estão participando de correntes ou desafios, como o da boneca Momo, por exemplo.
Neste post, listaremos algumas ações de que o professor pode se valer para identificar se os alunos estão participando desses desafios e como canalizar sua atenção para outro tipo de entretenimento — mais saudável e educativo!
Como agir e reagir diante de um inimigo invisível?
Correntes, como a da boneca Momo, consistem em propor, por meio de conversas virtuais, o desafio de enforcamento e sufocamento, mas essa é apenas uma das diversas abordagens sofridas em ações de criminosos que se passam por colegas ou conhecidos, com comportamento de extorsão ou pedofilia.
Se não é possível impedir que as crianças tenham aparelhos celulares ou tablets com acesso à Internet, o melhor caminho para monitorar, prever e evitar que sejam envolvidas em uma situação arriscada é o diálogo, com a oferta de atividades interativas que despertem seu interesse.
Conheça algumas medidas que o professor pode adotar em prol da segurança e integridade física dos alunos!
Incentive a prática de esportes e desafios em sala de aula
As crianças e jovens se entediam com facilidade e estão sempre em busca de algo novo e instigante. Muitos jogos virtuais são compostos de brincadeiras sem conotação violenta e promovem interação entre amigos.
O professor pode se valer desse comportamento e propor desafios similares, mas em sala de aula, com enredo pedagógico e premiações reais. Os jogos pedagógicos podem ser adaptados a uma faixa etária ou a disciplinas que precisam de um estudo mais aprofundado.
É possível combinar desafios de raciocínio lógico e coordenação motora por meio de atividades, como jogos de tabuleiro, pintura e música, utilizando sempre a criatividade do aluno a favor do aprendizado.
A prática de esportes é também uma atividade dinâmica e pode ser incentivada como um exercício individual ou coletivo, contanto que mantenha corpo e mente em movimento, não dando tempo de buscar por alternativas que permeiam o contato virtual com desconhecidos.
O futebol, a ginástica rítmica, a dança ou as artes marciais têm ensinamentos sobre lealdade, empatia e coletividade, que, quando bem sedimentados, fazem os alunos se encantar pela escola, dedicando o tempo livre a vencer seus próprios limites.
Oriente a não falar com estranhos
A curiosidade faz com que as crianças sejam genuinamente interessadas no que o outro tem a dizer. É essencial que a escola trabalhe, na criança, a consciência de não falar com pessoas estranhas ou deixar-se levar a locais distantes da escola ou da família.
Crie o diálogo para que mostrem os contatos que recebem pela Internet
As crianças e os jovens têm medo da punição e, por isso, costumam esconder um ocorrido por receio da exposição diante dos responsáveis na ação corretiva promovida pelo professor. Desenvolva uma relação de confiança, com orientação sobre o certo e o errado, para que, por meio do diálogo, seja possível ter acesso às abordagens recebidas.
Promova espaços de debate e conversas entre responsáveis e professores
Os responsáveis e os professores caminham com o mesmo objetivo em relação à criança — que seja feliz e consciente no exercício pleno da cidadania. A boneca Momo é o desafio da vez, mas não se deve esperar surgir um boato — ou uma consequência drástica.
Ao menor sinal no comportamento ou na rotina diária, os responsáveis devem ser acionados imediatamente e conscientizados sobre suspeitas e ocorrências, para, junto ao professor, determinarem as melhores providências a serem tomadas.
Ao perceber sinais de mudanças no comportamento dos alunos, é preciso investigar com cautela, para colher informações consistentes e, ao mesmo tempo, não assustar quem está do outro lado fazendo contato, independentemente das intenções.